Depoimentos
Em julho de 2023, Kintaro completou 30 anos de existência! Três décadas de histórias compartilhadas, risadas contagiantes e momentos inesquecíveis. Ao longo desses anos, nosso pequeno bar transformou-se em um lugar único, onde as amizades floresceram e as memórias foram criadas, cada visita ao Kintaro é repleta de conexões humanas.
Percebemos que cada um dos nossos clientes têm suas histórias para contar, e é por isso que desejamos celebrar essa ocasião única com uma coleção de depoimentos de nossos clientes leais. Queremos ouvir como o Kintaro se tornou um lugar especial em suas vidas e com essas memórias desejamos criar um mosaico que captura a essência do nosso pequeno bar.
Por favor, tomem um momento para escrever seus depoimentos, contando-nos sobre os momentos marcantes que vivenciaram aqui. Não importa o quão breve ou detalhado seja o seu relato, cada palavra é uma peça valiosa que nos ajudará a relembrar e comemorar 30 anos de existência.
Envie o seu depoimento para o email: kintaro30anos@gmail.com
Recém-chegado em São Paulo e órfão de bar, comecei a frequentar o Kintarô em 2011 pra nunca mais ir embora (exceto durante a pandemia). Mesmo sendo nissei fui introduzido a muito rango novo -- mais notoriamente ao nigauri --, e logo passei a apreciar tudo que era servido no balcão, assim como na grelha (saudosos espetinhos), sopeira (saudoso oden) ou marmitex (o melhor bentô de toda pandemia), sem esquecer do breve período em que Yoshi se aventurou na coquetelaria. Mas só rangos e tragos não são o suficiente para explicar o porquê desse lugar ser tão especial. Higuchi-san, D. Líria, Yoshi, Taka e todo mundo que esteve atrás do balcão ajudaram a construir esse lugar que, ao contrário do eterno sofrimento nikkei, é japonês o suficiente pra ser brasileiro e vice-versa. Vida longa ao Kintarô!
Conheci primeiramente o Wagner, na época do curso pré-vestibular, lá nos idos de 2002/03. Jogava sinuca, tomava cerveja e falava besteira pela liberdade afora. Conheci o Kintarô mas na época era a Dona Líria, e o Taka que tocavam o barco e eu não frequentava, só aparecia raramente. O público naquela época era sempre o mesmo, distintos senhoras e senhores que pareciam se conhecerem há anos... alguns orientais que pareciam formar uma confraria própria. Foi só em 2013 que me tornei regular. Eu, Allan, Nino, depois Salomão, Jasmin, Wylma e o grande amor da minha vida: a Thaís. Foram muitos bons momentos, amizades, papos interessantes, foras, muitas e muitas boas recordações. Lembro do Chiba, do Joon, , da querida Jasmin, da Aline e de todos os queridos amigos. Parabéns Kintarô, um abraço a todos, ao Yoshi, Dona Liria, Taka, filha do Taka, Dudu, Carol, Joon e todos os amigos queridos.
Conheci o Taka e Yoshi quando eu ainda era criança através do sumô. O sumô me deu dois amigos, já o Kintaro me deu dois irmãos, muitos outros amigos e a Dona Líria sempre me tratou como um filho. Passei 4 anos trabalhando no Kintaro e foi uma experiência incrível, sinto muita saudade e sou eternamente grato a família Higuchi.
Kintarô! Quando as pessoas nos perguntam: há quanto tempo vocês frequentam o Kintarô? Aí percebemos o quanto é difícil precisar a resposta. Muito mais do que um lugar que você vai para tomar uma cerveja e petiscar as delicias da Dona Liria. Um lugar onde você vai para encontrar pessoas, fazer amizades sinceras e viver momentos! E quando você encontra um lugar que te proporciona isso, esse lugar se confunde com a sua vida. Acho que é por isso ser difícil dissociar o tempo que frequentamos o Kintarô! Parabéns e Muito Obrigado Dna Líria, Taka, Yoshi!!!
Cheguei em São Paulo em 2021, em meio a pandemia da COVID-19, e sem o devido conhecimento sobre bons bares e botecos na cidade. Desde a infância fui um entusiasta da cultura Japonesa, e percebi que estava na cidade certa para ter as melhores experiências gastronômicas dessa cozinha. Foi então que descobri o conceito de Izakaya e tive a curiosidade por conhecer um. Achei o Kintaro no Instagram, e já na primeira ida a feira da Liberdade já me direcionei para lá. O Yoshi ainda estava atendendo os clientes na calçada, visto a restrição da época; mas naquele dia já foi possível sentir todo o potencial daquela comida de boteco Japonês e apreciar a sua cerveja gelada. Virei cliente fiel desde então, fui praticamente o único cliente que pediu delivery continuamente de lá durante a pandemia. Após a reabertura do balcão, passei a frequentar o bar semanalmente. Construí boas amizades lá, pessoas essas que faço questão de manter o contato quase que diário mesmo tendo saído de SP e retornado a minha cidade natal. Nas minhas idas futuras a SP, certamente será o local que retornarei primeiro… Grande abraço a D. Líria, Yoshi, Taka, e que os próximos 30 anos do boteco se perdure dessa mesma forma! Omedetou Kintaro!
Moro na liberdade desde 2013, mas só conheci o kintaro durante a pandemia em 2021, após uma postagem de uma página no Instagram. Nesse período, devido a capacidade reduzida dos restaurantes, as mesas eram colocadas em frente a porta de entrada , impedindo que os clientes adentrassem o bar. Haviam bancos onde podíamos ficar sentados na parte externa e apreciar as boas comidas que eram servidas semanalmente. Conforme a pandemia foi diminuindo seu impacto, o bar foi retomando as suas atividades normais, ou quase isso (rs), as porções que antes eram servidas em porcelana, hoje são servidas em recipientes de papel alumínio, mas acredito que isso não faz alguma diferença no sabor pois continuam deliciosas. Assim, como o shochu e o primeiro porre de Soju fui conhecendo pessoas que tinham o mesmo sentimento que o meu, que lugar legal. Foi nesse bar que conheci amigos, vizinhos, gente estranha e aleatória, mas cada um com a sua história e sua vontade de compartilha-las. Ali conversas superficiais podem se transformarem em conversas profundas em uma fração de segundos, com pessoas que você nunca viu na vida. Essa é a magia do kintaro, você nunca sabe o que vai acontecer depois. Enfim, acho que todos procuram um bar para chamar de seu, e acho que eu já escolhi o meu, se chama kintaro e fica na rua Thomaz de Gongaza, número 57, liberdade - São Paulo
KINTARO, MEU BOTECO PREFERIDO
Acho que foi em 2007, que tomei conhecimento da existência do Kintaro, através de uma matéria do Marcelo Katsuki, que revelava lugares pouco conhecidos da Liberdade. O primeiro Bueno, que era excelente, e o Kintaro eram dois desses lugares. Na época a operação no boteco era um pouco diferente e eu adorava aquela época também: dona Líria cozinhava durante o dia, Yoshi e Taka atendiam à noite com pose de sumôboys, às vezes até com cabelinho amarrado pra cima e tudo. O bar bombava, saía até coxinha frita na hora de vez em quando. Aquela mistura de comida brasileira e japonesa me fascinou e o formato do bar, pequeníssimo, só de balcão praticamente, caiu com uma luva pra mim, que gosto de beber sozinho em balcões, trocar ideia com quem está atendendo e eventualmente com o vizinho, que, no caso do Kintaro, está a alguns poucos centímetros da gente. Gostei também do rock tocando na caixa, e dos cartazes divertidos e escrachados, falando de coisas que não tinham – não aceitamos cartões (hoje isso já mudou um pouquinho), não temos sushi nem sashimi, não damos saideira, não aceitamos animais, nem mesmo se ele for fofinho, cheirosinho, lindinho ou limpinho, não damos receita, não temos wi-fi, não tem choro, entre outras pérolas. Já vivi situações divertidas ali, como a vez que chegou uma banda americana que ia tocar no cine Jóia, os caras pareciam que tinham vindo de Woodstock a pé, cabeludos, chapéus e óculos de hippies, umas figuras. E o mais legal foi que algumas pessoas que estavam fazendo um esquenta no bar antes do show, de repente, se depararam com os seus ídolos, uau! Troquei muita ideia com o Tiba, que trabalhou lá um bocado de tempo, com o Fernandão, talvez o mais icônico dos frequentadores, que, segundo o Yoshi, bateu o recorde de brejas numa noite – 17 garrafas de 600 ml – sozinho. Umas duas vezes fui seguir o ritmo dele e não deu muito certo. E gosto muito de bater papo com o Yoshi, com seu jeito irônico, e, às vezes, debochado, apesar dele estar bem mais comportado e sério hoje em dia. Mas o que ainda me fascina no boteco é o astral, bem informal, geralmente pessoas suspeitas e acima de todas as suspeitas que frequentam, e estão ali pra encontrar, conversar, comer e beber, se divertir. Nunca presenciei uma confusão, mesmo com os tempos acirrados que temos vivido, uma cena de violência, mesmo estando todo mundo colado naquele espaço minúsculo. Às vezes tenho necessidade de ir ao Kintaro, mas geralmente vou por prazer mesmo.
Vida longa ao Kintaro!
Uma vez, em um dia que parecia ser apenas mais um dia comum, fui ao Kintaro após o expediente. Chegando lá o bar estava lotado e tive de ficar em umas das mesinhas de fora. Lá dois caras foram fumar e pediram para o apoiar a cerveja na mesinha que eu estava. Eles começaram a conversar e pareciam grandes amigos. Um deles usava boina e pelo que eu havia entendido da conversa ele estava triste pois havia sido desligado da empresa em que trabalhava. Do nada eles me colocaram na conversa, algo comum no Kintaro, e o rapaz de boina começou a filosofar: "Qual o sentido da vida?" "Você imaginou que algum dia ia estar tomando cerveja aqui e agora?" E outras perguntas que assustariam até mesmo Floyd. De repente vaga um lugar dentro do bar eu resolvo ir para dentro. O cara de boina e o outro, que usava moicano ficaram fora. Passado meia hora, o boina resolve ir ao banheiro e o moicano me fala: "Cara, vc me abandonou ali fora" e eu respondi: "ah cara, deixei vc e seu amigo conversarem sozinhos porque é assim particular". O moicano afirma que não era amigo do boina r que essa era a primeira vez que o via na vida. Nesta correria ele consegue uma vaga dentro do bar e o boina que queria continuar a fumar ficou lá fora. Para na ficar sozinho o boina telefonou para uma amiga dele de vdd, que logo chegou. Como o moicano e eu estávamos perto da porta notamos que a conversa do boina com a moça era o mesmo que havia tido conosco: frustração pela demissão e filosofia malucas questionando por exemplo se na Holanda teria um Chico Buarque de Brasil já que no Brasil temos um Chico Boarque de Holanda. A moça tbm estava meio cansada de ouvir e pediu para o boi a pedir uma cerveja e eis que temos o momento de glória: Boina adentra no recinto, pede um cerveja e em seguida... tira a boina, se revelando totalmente CARECA! O aparato na cabeça escondia o fato uma vez que ele tinha cabelo em volta da cabeça mas em cima não tinha nada. Ao notar que ele era careca eu disse: "gnt, ele é Calvão. Ele tá enganado td mundo" Neste momento as pessoas em volta não aguentaram e caíram na gargalhada pois um outro membro do bar disse que o cara seria o Dr abobrinha. A piada foi tão boa que rimos tanto que o Yoshi preciso até tirar a máscara. O boina, agora conhecido como careca da boina não notou nada e continuou o papo com a moça que logo foi embora, o fazendo ter de escolher uma outra vítima para ouvir suas filosofias avançadas. Semana depois revi o boina, mas ele havia bebido demais na vez que nos conhecemos e não lembrava do fatídico dia.
Amo o Kintaro, mas odeio o Japão! Vida longa ao balcão mais charmoso da Liberdade.